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Transcrição:
E aí, galera do Time to Learn Portuguese. Aqui é o Fabrício Carraro de novo, e no vídeo de hoje, a gente vai ver a língua portuguesa em filmes e em séries famosas de Hollywood, como eles mostram o português, seja com algum ator famoso tentando pronunciar ali algumas palavras, algumas frases em português, mas também, às vezes eles pegam pessoas que não são famosas para falar alguma ou outra frase.
E vocês vão ver que tem um pouco de tudo. Às vezes falam português muito bem, às vezes falam um português bem ruim, bem quebrado, e eu vou reagir a essas cenas aqui junto com vocês e explicar em quais cenas eles estão falando português bem e em quais cenas eles estão falando português mal.
Vamos começar então com a cena de um dos meus seriados preferidos da vida, realmente, eu adorava esse seriado, ainda adoro, apesar de as últimas duas temporadas terem sido bem ruins, mas no geral, a jornada foi fantástica, de acompanhar ali, temporada depois de temporada, que é o seriado “Lost”, provavelmente um dos maiores seriados de todos os tempos, um dos mais famosos, e que, se você assistir hoje em dia, não vai ser a mesma coisa do que assistir naquela época, tentando criar teorias, acompanhando podcasts que já existiam naquela época, ali em 2005, 2006, 2007… tentando adivinhar o que iria acontecer nas próximas temporadas. Foi realmente uma época muito legal.
E aqui nessa cena, é o último episódio da segunda temporada, se eu não me engano, e eles pegaram ali dois caras para conversarem em português. E você nota que eles falam português, mas claramente, eles não são nativos, eles têm um sotaque muito forte americano, né, um sotaque da língua inglesa, e é interessante você tentar notar isso, tentar notar os pequenos errinhos de pronúncia e de gramática que eles cometem ali. Então, vamos assistir juntos.
- Tá quebrado!
- Destruí a sua defesa.
“Destruí a sua defesa” – aqui a frase perfeita, mas você nota ali o sotaque.
- Essa será a última vez que você verá o* torre.
“Essa será a última vez que você verá o* torre” – algumas coisas aí que claramente não são nativas, né? A pronúncia, é claramente um sotaque norte-americano. E também, você consegue ver que ele erra o artigo. O correto seria “a torre”, quando você está jogando xadrez, ou mesmo uma torre de um castelo, é uma palavra feminina, e ele falou “o torre”. E também, ele usou o futuro, né? “SERÁ a última vez que você VERÁ o torre”. Ninguém fala assim no Brasil. A gente não usa o futuro na fala, a conjugação do futuro na fala. A gente sempre usa aquela forma com o auxiliar. Então: “essa vai ser a última vez que você vai ver a torre”, algo assim.
- Parte do plano, meu amigo. Tudo parte do plano.
- Então o seu plano deve ser perder.
- Agora, por favor!
“Agora, por favor!” – assim, não dá para notar nada de especial, mas é engraçado você, como brasileiro, ver essa cena. Eles claramente sabem o que eles estão falando, eles provavelmente estudaram português, sim, e é um nível razoável, assim. A parte escrita está correta, tirando o artigo de “o* torre”, mas aqui, a pronúncia realmente, você nota muito bem o sotaque.
- O quê? Há quanto tempo está fazendo isto? Isto não é (?)… a gente não percebeu de novo, eles vão a* matar a gente.
“A gente não percebeu de novo” – é muito engraçada a pronúncia, e também, ele comete mais um erro de gramática na segunda parte. Eles dizem: “Eles vão a* matar a gente”. Isso é um erro do espanhol, né? O correto seria: “Eles vão matar a gente”. Quando a gente fala sobre o futuro, entre esse auxiliar e o verbo principal, não tem esse “a”. Em espanhol tem, né? “Ellos van a matar”. Em português, não tem: “Eles vão matar”. Então, ele provavelmente fala espanhol também e confundiu ali na hora de falar.
- Nós perdemos.
- Fala de novo que é um alarme falso! Fala, fala de novo que é um* mensagem…
- Cala a boca e chama ajuda!
Eu não consigo nem entender o que eles estão falando. Deixa eu tentar voltar aqui.
- Fala de novo que é um alarme falso!
“Fala de novo que é um alarme falso!” – aqui, a frase está correta, só que uma coisa que a gente não faz é pronunciar essa letra “m” como “mmm”. Ela é uma letra pronunciada de uma forma mais nasal, né? Então, “um alarme”. Você não fecha os lábios, não é, “ummm alarme”, porque aí, parece “umalarme”, parece “uma”, né? Então, a gente fala “um alarme” sempre, sempre que a letra “m” estiver no final de uma palavra, ela é pronunciada de uma maneira nasal.
- Fala, fala de novo que é um* mensagem…
- Cala a boca e chama ajuda!
“Cala a boca e chama ajuda!” – tudo certo.
Excelente primeira cena aqui de Lost. Eu lembro que quando eu assisti essa parte, eu me diverti muito realmente. “O que que eles estão falando português em Lost?!” Foi uma surpresa muito grande.
A segunda cena é parte do seriado “Sex and the City”, muito famoso também ali, do começo, meio dos anos 2000. E lá, a gente teve uma personagem que a atriz é brasileira e a personagem também é brasileira. A atriz se chama Sônia Braga, ela é muito famosa no Brasil, era mais antigamente, mas ela participa de “Sex and the City”, e ela fala algumas coisas em português com a personagem da Samantha, e a Samantha aprende uma palavra em especial, que é uma palavra um pouco vulgar, então, se preparem aí, tirem as crianças da sala.
Mas é engraçado ver ela pronunciando essa palavra, que em português é “buceta”, que é uma palavra um pouco vulgar para se referir à parte íntima feminina. Mas é claro, quando você tem intimidade com a pessoa, quando você está em uma relação ou entre amigos, é normal usar essa palavra, não tem muito problema, mas com pessoas desconhecidas ou pessoas com quem você não tem muita intimidade, soa um pouco mal, um pouco vulgar. Enfim, vamos ver a cena.
- I’m just saying, size has nothing to do with it.
- What’s happening to you?
- I’m getting an education. Not only do I now know everything there is to know about the glorious “buceta”.
“About the glorious buceta” – vamos ver de novo!
- …not only do I now know everything there is to know about the glorious “buceta”. That’s Portuguese for “pussy”.
- “Buceta”, “schmegina”, let’s call the whole thing off.
E aí a Carrie, né, a personagem da Sarah Jessica Parker pronuncia como “buceta”, com esse sotaque bem americano mesmo, né? A letra “T” como “r”. Ela provavelmente leu como se escreve em vez de realmente escutar o que a Samantha fala. Mas a Samantha fala também de um jeito um pouco engraçado.
A terceira cena é do filme “Eat, Pray, Love”, com a Julia Roberts e o Javier Bardem, também muito famoso, tanto o livro quanto o filme. E ali, o personagem do Javier Bardem, tanto no livro quanto no filme, ele é brasileiro. Então, ele fala algumas palavras aqui e ali em português só para indicar isso. E essa foi a parte que eu consegui achar sobre isso no filme. Vamos ver!
- What is that?
- No, no… você… não, não, não… você não vai pegar isto! They taste like dirty feet.
“Não, não, não… você não vai pegar isto!” – muito bom, na verdade, o português dele. O sotaque, pelo menos nessa frase, muito bom! A única coisa é que, no Brasil, a gente não costuma falar “isto”, a gente fala geralmente “isso”. Tem em todas as formas dos demonstrativos, né? Então, “isso x isto”, “esse x este”, “essa x esta”. Mas a gente quase sempre ou praticamente sempre, na fala, usa a forma com dois “ss”. Então, “esse”, “essa”, “isso”, não “isto”. Mas fora isso, muito bom, ele pronunciou muito bem. Claro, ele não é americano, ele é espanhol. Então, ali, as línguas estão mais próximas.
Mas espera um pouquinho aqui, que eu quero falar que, se você quiser apoiar o meu trabalho aqui no canal Time to Learn Portuguese, tanto no YouTube quanto lá no Instagram @TimetoLearnPortuguese, você pode me apoiar no Patreon. O link está aqui na descrição, e você pode contribuir com o valor que você quiser, que você acha que eu mereço, para continuar fazendo esse trabalho aqui, fazendo vídeos legais, divertidos, para você aprender português, sempre com legendas, com o arquivo PDF lá no meu blog, o link também está aqui na descrição. Mas bom, vamos voltar para o vídeo.
A próxima cena é do filme “Sinais”, um filme também muito famoso de E.T.s, de alienígenas, que é ali no começo dos anos 2000, com o Mel Gibson e o Joaquin Phoenix também. E tem um trecho do filme que eles mostram uma parte que aconteceu no Brasil. Um E.T., um alienígena apareceu no Brasil (dentro do filme, claro), e eles mostram isso como se fosse uma coisa real, e eles vão para uma festa de aniversário no Brasil. Então, vamos ver como é que passa.
- This video was taken yesterday afternoon at his son’s 7th birthday in the city of Passo Fundo, Brazil.
“in the city of Passo Fundo, Brazil” – na cidade de Passo Fundo. É uma cidade que fica no sul do Brasil.
- Cuidado! Ai, meu Deus!
- Move, children! Vamonos!
Ele fala um “Vamonos”, como se fosse espanhol, né? Mas enfim…
- Tá atrás da garagem! Tá atrás daí! It’s behind!
É engraçado. Eu acho que ele não é brasileiro também, porque ele fala com a pronúncia um pouco estranha. Ele fala: “tá atrás da garagem, tá atrás da garagem”. Pode ser talvez de Portugal, mas eu acho que não. Eu acho que é uma criança que aprendeu ali, talvez um dos pais seja brasileiro ou português, e aprendeu ali para pronunciar. Mas ele fala: “tá atrás da garagem, tá atrás ali, it’s behind”, né? Ele fala em inglês depois. Pode ser talvez também uma dublagem, né? O ator na hora não falou isso, mas depois, na dublagem, alguém, o dublador, aprendeu o que ele tinha que falar e falou por cima. Também é muito possível que tenha acontecido isso. Mas aí, mais uma aparição da língua portuguesa.
A próxima cena do filme “Fenômeno”. É um filme que, na verdade, eu não conhecia. Eu encontrei aqui para fazer esse vídeo para vocês. Um filme com o John Travolta. Filme ali, antigo, dos anos 90, não muito famoso, aparentemente. Mas a história é que esse cara consegue aprender as coisas muito rápido depois que uma luz caiu do céu e pegou nele. Mas aí, ele tem que aprender português em 20 minutos no carro para ir até a casa de um senhor que está passando mal, está se sentindo mal, e eles têm que procurar um menino. E ele aprendeu português em 20 minutos com… lendo um livro no carro, e aí, ele vai fazer essa cena. Vamos ver como que foi o John Travolta.
- Donde* está o menino?
“Donde* está o menino?” – bom, assim, né. O correto seria “onde está o menino”, não “donde”.
- Donde* está o menino?
É, ele falou “donde”, né? “Donde” do espanhol. Talvez ele se confundiu aí. Ele falou “Donde…donde está o menino?”. Então, uma pronúncia ali, um pouco estranha, né? O correto seria: “Onde está o menino?” ou, como a gente fala: “Onde tá o menino?”.
- Vai à tumeira(???).
- The orchard, he says he’s in the orchard.
O senhor é português, ele não é brasileiro, esse senhor que está na cama.
- O meu neto, o Alberto. Alguma coisa que eu comi, e eu tenho medo. Vão depressa achar o Alberto. Depressa!
- He said that they ate something bad and he thinks the boy is sick. Acalma-ze*, eles (???) encontrado* o menino. El* doutor vai dar-lhes uma coisa para ficara* melhor. Acalma-ze*!
Ahn?! Eu realmente vou ter que voltar essa cena, porque eu não entendi. Eu só entendi o “acalma-se, acalma-se”, que o correto seria “acalme-se”, ou simplesmente “acalma-te”, ou “calma”, simplesmente. Mas o resto eu não entendi muito bem não. Vamos voltar aqui.
- Acalma-ze!*
“Acalma-ze” – o correto seria “acalme-se”.
- Eles (???) encontrado* o menino.
Não faço a menor ideia! “Eles vão encontrar o menino”, eu imagino que ele queria dizer isso, mas ele disse algo como “Eles endo* encontrado* o menino”. Não faço a menor ideia.
- El* doutor vai dar-lhes uma coisa para ficara* melhor.
Agora eu entendi! “El* doutor”. Nossa, deixa eu voltar.
- El* doutor vai…
“El doutor”, né? O correto seria “o doutor” ou “o médico”. Ele falou “el”, do espanhol, né? “El doutor”. Então, ele provavelmente fala alguma coisa de espanhol e ele fica misturando muito o português com o espanhol. Mas a pronúncia é muito ruim mesmo, não dá para entender muito.
- El* doutor vai dar-lhes uma coisa para ficara* melhor.
“El* doutor vai dar-lhes” – que é “vai dar a você”, né, “vai dar ao senhor”, mas “vai dar-lhe” seria o correto, ele falou “vai dar-lhes”. “Dar-lhes” seria no plural. Então, “El* doutor vai dar-lhes uma coisa para ficara* melhor”. No Brasil, a gente diria: “O doutor vai te dar” ou “vai lhe dar uma coisa pra ficar melhor”, mas em Portugal aqui, ele está usando também o português um pouquinho mais de Portugal, então ele diz: “El* doutor vai dar-lhe uma coisa para ficar melhor”.
- Acalma-ze!* Acalma-ze!*
“Acalma-ze!* Acalma-ze!*” Novamente, “acalme-se”, “acalme-se”. Fantástica essa cena. Eu não sei quem teve essa ideia de pedir pro John Travolta falar português, mas realmente ficou muito engraçado.
E por último, uma cena do filme “Love Actually”, que aí é claramente português de Portugal. Eu também não conhecia esse filme, mas ele se passa em Portugal e na Inglaterra, aparentemente. É o romance entre o Colin Firth, que é o britânico, e uma menina de Portugal. E no final do filme ele faz um monólogo realmente longo ali, em português, mas é português de Portugal. De qualquer forma, vamos ver aqui comigo para ver como que ele foi.
- Bonita Aurélia. Eu vir* aqui para te pedir para…
“Eu vir aqui para te pedir para” – o correto seria “eu vim aqui”, né? O passado do verbo “vir”. Ele falou “eu vir”, ele usou o infinitivo e não a versão conjugada, não sei por quê.
- …casar comigo.
“…pedir para casar comigo”
- (???) que isso é louco.
Quê?
- Eu sei que isso é louco.
“Eu sei que isso é louco”
- …porque mal te conheço.
“Porque eu mal te conheço” – eu não te conheço muito bem. Muito bom!
- ma* às vejes*
“às vejes” – o correto é “às vezes”.
- … as coisas são muito claras para mim.
Muito bom, essa frase foi muito boa! “Às vezes as coisas são muito claras para mim”.
- Não.. não preciso de prova.
“Não preciso de prova” – muito bom!
- Eu víver* aqui ou tu viver na Inglaterra comigo.
“Eu viver aqui ou tu viver na Inglaterra comigo.” – é, serve. Pronúncia estranha, mas serve.
- É claro que eu saber* que tu não és tão louca com’eu.
“É claro que eu saber” – ele usou de novo o verbo no infinitivo, não sei por quê. O correto seria “é claro que eu sei”, “é claro que eu sei que tu não és tão louca como eu”. Vamos ouvir de novo.
- É claro que eu saber* que tu não és tão louca com’eu.
Você consegue ver que ele tem muita dificuldade para lembrar o texto que ele tem que falar em português, porque realmente é um monólogo, um texto longo.
- Claro que eu pensar* que tu dizes não.
“É claro que eu pensar* que tu dizes não” – é o que ele falou. Novamente, ele usou a versão do infinitivo, eu não sei por quê. Eu acho que ele foi aprender os verbos e aprendeu a conjugação, mas na hora de falar, ele só lembrou do verbo no infinitivo, não lembrou da conjugação. O correto seria: “É claro que eu penso” ou “É claro que eu acho que tu vais dizer não”, né? Seria melhor.
- Mas é Natal e eu só queria saber.
E é claro, aí eles vivem felizes para sempre, se casam e vão para a Inglaterra ou para Portugal.
Mas pessoal, espero que vocês tenham gostado, tenham se divertido aqui com esse vídeo, assim como eu me diverti fazendo, gravando esse vídeo. Muito legal, né, ver o português em séries e filmes tão grandes, tão famosos; seja o português do Brasil, seja o português de Portugal também. É muito legal ver isso em Hollywood.
Mas pessoal, como sempre, dá um “Like” aqui nesse vídeo e se inscreve no canal, porque isso sempre ajuda muito, vai me ajudar muito para o futuro também. E você pode encontrar também o meu e-book e audiobook “COMO APRENDER PORTUGUÊS”, você pode baixar totalmente grátis. O link está aqui a descrição desse vídeo, ou então lá na Bio do meu Instagram @TimeToLearnPortuguese.
Beleza, pessoal? Então, até a próxima! Tchau tchau.