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Transcrição:

E aí, galera do Time to Learn Portuguese. Aqui o Fabrício Carraro de novo, e hoje, a gente tem mais uma entrevista pra vocês com outra estrangeira que também fala português muito bem, e ela vai dar algumas dicas pra vocês – não só sobre português, mas em geral também, porque ela fala muitas línguas, é uma das poliglotas mulheres mais famosas do mundo e…

–  Você fala quantas línguas, Irena?

– Oi, gente! Não, eu comecei a rir porque eu não sei se eu concordo com o Fabrício, se eu sou uma das poliglotas mais famosas, mas obrigada. Eu falo doze línguas.

– Olha só! E aí, ela vai dar algumas dicas sobre português, mas também em geral, sobre aprendizado de idiomas. Mas começando, né, eu já falei, o seu nome é Irena. Eu queria que você se apresentasse pros nossos espectadores. De onde que você é, e onde você mora atualmente?

– Tá. Eu sou sou a Irena, como o Fabrício já falou. Sou russa, nasci na Ucrânia e, atualmente, moro na Noruega, já faz 12 anos que eu estou morando na Noruega.

– E aí, como que foi esse começo seu, especificamente com o português, né? Qual foi a sua relação? Por que que você começou a aprender português? Por que você quis aprender português?

–  É uma história muito interessante, porque eu tinha uma amiga brasileira (carioca) em Oslo, e ela é professora de português, e ela sempre me falava que “o Brasil é lindo”, “a nossa cultura é linda”, e eu pensei: “Tá, mas não sei… sei lá… português… é melhor aprender espanhol”, né, Fabrício?

– Tem mais gente que fala espanhol, mas…

– Sim, mas eu comecei assim, porque ela estava sempre falando, né, e eu tinha tempo livre. Então, eu comecei. Isso foi em 2014 ou 15, eu acho.

– Foi antes ou depois da Copa do Mundo no Brasil?

– Não sei, não sei! Porque… desculpa, é que não me interessa muito. Mas tá. E aprendi bastante rapidamente e descobri a minha paixão pela* cultura brasileira, pela* língua, pelo* país, pela* comida… tudo, tudo praticamente. E também, conheci muitos brasileiros, e agora, tenho muitos amigos brasileiros, por exemplo você, Fabrício, e outros.
Depois, em dois anos, eu acho… dois anos depois, eu fui pro Brasil.

– Pela primeira vez?

– Pela primeira e, até agora, última vez, mas espero voltar um dia. E visitei São Paulo, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu.

– E (de) qual você gostou mais?

– Rio.

– E você falou, tá, as suas motivações, por que você começou, mas qual foi o seu método? Porque você fala realmente muito, muito bem, tanto o português quanto as outras línguas que eu sei que você fala, mas qual foi o seu método especificamente para aprender o português?

– Tá, eu já sabia falar espanhol um pouco. Depois eu esqueci, reaprendi, mas isso é uma outra história. Mas com o português, eu comecei com “Teach Yourself Brazilian Portuguese” e terminei o livro. Depois, comecei a falar com uma professora, mas então, eu nunca estudei… ela… não é que ela me explicou as coisas, mas que, sim, ela falava*.

– Era tipo um bate-papo para praticar?

– Sim, praticamente sim. Ela me explicou algumas (coisas da gramática*) e ela é uma uma professora muito profissional, e eu gostei muito, mas sim, um bate-papo com uma amiga. Então, isso foi depois de terminar o livro, e só isso praticamente… falando, falando, falando com as pessoas, melhorei o meu português bastante.

– Legal! E você falou, né, que você fala muitos idiomas… eu falei, na verdade, que você fala muitos idiomas, você confirmou. E quais são eles? Quais são os idiomas que você fala?

Mas, galera, eu estou vindo do futuro aqui, antes que eu esqueça, pra avisar pra vocês, pra quem não sabe, que eu tenho um Patreon. Então, se você quiser colaborar com o canal Time to Learn Portuguese com o valor que você quiser, você pode lá no Patreon. O link está aqui na descrição desse vídeo, e você pode apoiar o canal Time to Learn Portuguese, pra continuar sempre a ter novos vídeos interessantes aqui no YouTube, também material novo diariamente no Instagram, sempre com a legenda nos vídeos. Então, se você quiser apoiar o canal, você pode colaborar no Patreon. Mas vamos voltar agora pro vídeo.

– Russo é a minha língua nativa. Depois, falo inglês e norueguês, porque eu moro na Noruega. Também tem uma língua que se chama “sami” – é uma língua indígena da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia – e, então, eu falo essa língua. Depois, sérvio, alemão, português, espanhol, italiano, holandês (não falo muito bem, a gente conversou um pouco antes), polonês, árabe* (porque estudei na universidade) e agora, estou aprendendo suaíli.

– Uau! O pessoal em casa deve estar com a cabeça explodindo agora. E agora, saindo um pouco do português, indo pra essas outras línguas, assim, que você mencionou, qual é o método que você geralmente utiliza, né? Você falou um pouco sobre o português, que você já conhecia um pouco do espanhol, isso talvez ajudou um pouco, né? Mas pras outras línguas, uma língua completamente nova, como o suaíli, como o árabe (que você estudou na faculdade). Mas enfim, uma língua diferente. Como você faz para aprender?

– Ah, então, eu acho que depende da… de* muitas coisas, depende da língua. Por exemplo, começar a aprender árabe e começar a aprender polonês, pra mim, não é a mesma coisa, porque o polonês é bastante parecido com a minha língua nativa. Então, normalmente, eu pego um livro, por exemplo, “Teach Yourself (um idioma)”, ou “Colloquial”, sim, tem o “Assimil”, tem muitos livros bons. E depois, sim, termino o livro e já começo a* falar. Mas depende do… como já falei, depende da língua, porque… eu acho que depois de terminar um livro, por exemplo, em árabe ou em chinês, não é possível falar “assim”, que “agora eu vou falar chinês”. Eu acho que, sim, demora, né? Que você precisa de mais tempo. Então, pra cada língua é, sim, um pouco diferente. Outra coisa que eu uso são “flashcards” – Anki – eu sei que você também.

– Eu sou fã do Anki. É uma discussão bem grande na comunidade de poliglotas: quem gosta, quem não gosta, quem gostava no passado e não gosta mais, como o Lucas, que está atrás dessa câmera, nosso amigo poliglota também. Mas você usa.

– Eu uso, e eu também sou professora de norueguês profissional e eu sempre aconselho a todos os meus estudantes usar Anki. E também, como você já falou, que… eu tenho estudantes que dizem que: “Ah, eu já não posso voltar a aprender sem Anki”. Eu também me sinto assim, mas tem pessoas que me falaram: “Ah, me dá ânsia”, tipo, “Não posso, não quero, não gostei”. E tá bom, então. Sim, tem pessoas que gostam, tem pessoas que acham que é chato.

–  É. Eu, no começo, achava que era muito chato e, pra quem não está sabendo sobre o que a gente está falando, “Anki” é um aplicativo de flashcards que usa um método chamado de “Spaced Repetition”, que em português é “Repetição Espaçada”. Então, você vê uma palavra… por exemplo, você quer aprender a palavra “red” em inglês. Você é um brasileiro e quer aprender “red” em inglês. Então, você olha na frente do cartão, vai estar escrito “vermelho”, e atrás “red”, que é o que você quer aprender.

E geralmente você coloca um contexto também, né? Então: “Eu tenho um carro vermelho” – “I have a red car”, coisas assim. E isso aí, ele volta um tempo depois. Você não vê apenas uma vez esse cartão, ele volta depois de alguns dias, e você escolhe se foi “muito fácil”, se foi “difícil” e, baseado nisso, o algoritmo desse aplicativo “Anki” decide quando você vai ver de novo esse card, pra você não esquecer o que está escrito ali. Enfim, uma explicação bem básica.

Mas muito obrigado, Irena, por esse vídeo aqui, pela sua participação. Você tem algum comentário, alguma dica final pros nossos espectadores?

– Tá! Quero dizer que eu desejo boa sorte com a aprendizagem de português e obrigada!

– Ah, e quem quiser te seguir, pode ir aonde?

–  Instagram, onde não tenho nenhuma informação útil, só as minhas fotos. É @lashforbates.

– O link vai estar aqui na descrição, como sempre.

Então, por hoje é isso, pessoal! Espero que vocês tenham gostado, e até mais ver nas próximas vezes com outras entrevistas. Tchau tchau.